Depois de quase 10 anos, volto a João Pessoa, não só como turista, mas agora como corredora! 2º Circuito da Corrida Pague Menos 10km! Sair da minha cidade para prestigiar um Estado vizinho foi contagiante! A cidade cresceu e ficou uma moça linda, mesmo com nome de homem! O mar estava escandalosamente deitado aos pés de um sol de reflexos prateados em suas águas! A orla colorida nos convidava a ser parte principal desse espetáculo! Sem dúvidas, este dia foi preparado por Deus!
Eita, gostinho bom de largada no horário certinho, sem atrasos, cidade limpíssima, banheiros idem! Deve ter corrida melhor, mas até agora essa atingiu minha melhor nota! Gente agradável, um trabalho impecável, stands com massagens para os participantes (teve massagem até no dia anterior à Corrida) o pessoal do staf escolhidos a dedo, gente boa, educada, bonito de se ver!
O som da largada veio como um beijo e, como um sopro dos versos na Oração do Corredor feita pelo jornalista Marcos Caetano:
“ Ó Mercúrio, deus supremo da velocidade: diante de ti, este humilde servo vem, de tênis postos, pedir sabedoria, bênçãos e proteção.
...Que, eu possa correr ao lado de amigos, e se não de amigos, de gente gentil, que respeite minhas limitações e se compadeça de meu esforço tendo sempre na boca uma palavra de estímulo para me ajudar a vencer a ladeira interminável ou a última reta da prova...”
O retão à frente seria devorado por nossas pernas, ávidas por um tempo melhor, ávidas por fazer bonito, ávidas pela superação! Muita gente jovem se entregando à loucura de mais uma passada!
Após os 4km a visão de algo que não estava nos meus planos, embora ouvisse relatos de sua existência: a ladeira da Estação Ciência!
De longe você pensa: “Ah essa é mole, mas em sua metade as pernas tremem, e quando penso que estava no fim, mais uma ladeirinha à direita, mais íngreme, que de pé parecia que eu ia beijar o chão! Nessa hora o corpo pede exaustivamente para andar, parar, mas a mente exige o salário dos treinos: vamos garota, nada de parar!
De longe você pensa: “Ah essa é mole, mas em sua metade as pernas tremem, e quando penso que estava no fim, mais uma ladeirinha à direita, mais íngreme, que de pé parecia que eu ia beijar o chão! Nessa hora o corpo pede exaustivamente para andar, parar, mas a mente exige o salário dos treinos: vamos garota, nada de parar!
Uau! Passei pelas duas a uma velocidade de tartaruga dar gargalhada! Então, quando se pensa que acabou, lá vem outra reta e a angústia de chegar logo na descida pra recuperar o tempo perdido!
Tapa em bêbado na ladeira !@!!!!!!
Enfim o caminho de volta! A descida parecia estar sempre à espreita. Mas foi demorada, ainda faltava um retão, quando meus olhos alcançaram a bendita curva meu coração se alegrou e minhas pernas trêmulas agradeceram! Agora é só dar tapa em bêbado no topo da ladeira! Desci leve, foguetinho de São João, mas totalmente consciente de que em ladeira precisa ir devagar, se não quem vira o bêbado é a gente!
Na descida um corpo estendido no chão (belíssimo por sinal), um corredor estava sendo socorrido, equipe dos bombeiros a postos e chegando mais, policiais de moto faziam todo o percurso de ida e vinda! Senti-me, verdadeiramente, escoltada! Excelente organização! Agora o sol castigava, mas a beleza do lugar o disfarçava!
Na mente, os 4km finais pareciam doce 
na boca de criança, mas no corpo pareciam serviço de estivador! Perdi a conta daquelas benditas listras brancas no chão, nessa altura olhava para o céu azul sem nuvens, sem nada para contar, só pedindo a Deus que botasse asinhas nos meus pés!
na boca de criança, mas no corpo pareciam serviço de estivador! Perdi a conta daquelas benditas listras brancas no chão, nessa altura olhava para o céu azul sem nuvens, sem nada para contar, só pedindo a Deus que botasse asinhas nos meus pés! Não apelei para os deuses gregos, porque Hermes (o das asinhas nos pés) apressadinho em dar suas notícias, também gostava de uma fofoca!
Quando vi a chegada, alegrei-me como na largada e corpo e mente voltaram a se entrosar e desejavam a mesma coisa: completar a prova e baixar o tempo! Consegui 1:07:16! Cheguei com ladeira e tudo! Fotos no final!
No percurso pensei na Corrida da Caixa (em Recife), pensei nas amigas que também corriam para seus objetivos, pedi a Deus que as conduzissem bem! E meu coração se alegrou pensando: “Deus também ganhas as corridas e ainda traz a gente nos braços, quando nossas forças vão embora!” (Leia: “Pegadas na Areia”)
A medalha foi muito bonita, com o passar do tempo e experiência, vamos vendo a seriedade dos organizadores refletida na qualidade dos materiais, na variedade dos brindes, no investimento dos patrocinadores para que este evento volte no ano que vem e que seja tão gratificante quanto foi este ano!
Espero que Recife volte ao Circuito de Corridas Pague Menos! Porque aqui em João Pessoa foi ótimo! Mas não há nada melhor que correr na terrinha da gente!
Fica aqui a alegria e a saudade!
Valeu demais!
P.S.: 
Olha a cara de quem me esperava em casa!!! Zeus!!!
* Corrida 21/08/2011
