sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O limiar

Estou aqui com o que sobrou de um farto pedaço de bolo de casamento, que fui traçando durante cada visita à geladeira nesta semana...
Como me diz coisas este pedaço de bolo! Primeiro o sabor, este não foi o melhor, já comi um melhor, mais ainda não "o melhor"! A tradição diz (ou acabei de inventar) que ao comermos do bolo, estamos projetando toda a felicidade para os recém-casados...

Com o passar do tempo e dos acontecimentos vou dando meu braço a torcer...
Do que sonhávamos, muitas coisas nunca se tornarão realidade...
O fogo da paixão não dura pra sempre, embora não tenha desistido dessa tese!
Os olhos amendoados de alguém, após algumas divergências, vão mudando o encanto.
A euforia vai dando lugar ao marasmo.
E tudo vai mudando. Não vai ficando ruim, vai ficando diferente..., mais calmo, mais tranquilo...


Até a destemida raiva de alguns momentos vai ficando pendurada no varal da consciência, esperando um vento bom para secá-la!


Nossa, como eu mudei, ou me acalmei, passei a olhar mais, a tolerar mais o que realmente vale a pena.
É uma linha tênue entre o viver e o morrer, digo para as coisas...
Inconscientemente a briga existe do, "cadê meu fogo?" e "onde está o meu chuveiro?"
É assim mesmo que as coisas caminham?
Parece que ao não brigarmos, desistimos de algo.
Ainda fica a sensação do 8 ou 80, embora confusa em algumas ocasiões...


Para quem está se adaptando às mudanças (eu), fico meio perdida...
Em aceitar a calmaria e não perder a efervecência, aff, eis a questão!


Me vejo, dizendo mais: "calma, espere, veja o outro lado", do que " que nada, não fique calado, não dê mole, responda na hora".
Onde está a Simone com sangue nas veias?
Estou tentando aprender a conviver com o sossego.
Não me conformei com a vida, nem tampouco quero me antecipar à morte; mas não brigo mais como antes...
Não fujo da luta, mas agora não luto qualquer uma...

Não esmoreci, talvez tenha aprendido a brigar a briga certa e ainda, não me dei conta de que amadureci sem tendências a ficar podre.
É uma mistura de sensações, de sentimentos, de olhares, de persectivas...
Ainda quero o infinito, mas o caminho percorrido é mais divertido!
Quem me viu e quem me vê, pode pensar que tornei-me a "Poliana Moça", mas não, tô aprendendo que cada cheiro tem seu tempo...
Em menos de duas semanas, fiz 3 pudins, sempre com os mesmos ingredientes e todos sairam com aparências diferentes, então o que aconteceu? O tempo, o jeito, a dedicação, não foram iguais, um minutinho a mais ou a menos fez a diferença!

E é isso! O minutinho da diferença! Experimente e verá o quanto um olhar pode mudar a vida de quem vê!
                        
Um final de semana sob um novo olhar pra você!

 

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