quinta-feira, 15 de março de 2012

Corridas femininas: marketing ou atenção com as mulheres? (Site Webrun)

Por Paulo Gomes | 08/03/2012 - Atualizada às 07:35

                                                          Prova feminina é tendência no Brasil
                                                       Prova feminina é tendência no Brasil
                                                        Foto: Luiz Jampolsky/ www.webrun.com.br
Com o crescimento das corridas de rua no Brasil, não demorou para que surgissem formatos customizados para atender aos diferentes públicos. Corridas noturnas, dentro de fábricas ou sambódromos, por um percurso de bares: cada vez mais, opções diferentes estão disponíveis.

Uma das modalidades que ganhou notoriedade recentemente foi a prova feminina. Dois dos circuitos femininos mais famosos no Brasil indicam este crescimento. O Circuito WRun – que surgiu da revista WRun, voltada para mulheres corredoras – teve três etapas em 2011. Em 2012, serão cinco. O Circuito Vênus, com duas provas em 2011, dobrou o número neste ano.

Em outubro, o McDonald’s realizou em 15 cidades da América Latina a prova Mulheres em Movimento. “Acho que a mulherada passou a curtir bastante”, atesta a treinadora e colunista do Webrun, Luciana Dias. “Toda mulher gosta de um mimo de vez em quando”, continua.

Os “mimos” são os diferenciais apresentados para caracterizar a prova ainda mais como feminina. Além de kits com itens unusuais, de chinelos e nécessaires a lenços e bolsas, essas corridas oferecem uma estrutura específica para agradar as corredoras, como espaço para tratamento cosmético e aulas de yoga e pilates.

“Elas tiram um ‘dia de menina’. É uma coisa diferente, para fazer com as amigas”, comenta Luciana. A publicitária Natalia Yudenitsch, também conhecida como
Corredora Zen, concorda. “Vira um programa”, conta.

Natalia vê uma grande vantagem prática nesse tipo de evento. “É uma prova mais cheirosa. Realmente faz a diferença nesse quesito”, brinca.

Ideal para iniciantes- Talvez a principal contribuição do formato seja deixar as participantes à vontade, o que pode trazer novas adeptas ao esporte. “Tanto para quem está começando quanto para quem está insegura com sua corrida, é mais confortável ir com as amigas e estar no meio das mulheres para diminuir o caráter competitivo”, analisa Natalia.

“Não fica aquela coisa de ‘ai, eu vou muito devagar, vou ficar para trás’. Acho que elas não ficam tão à vontade em provas mistas”, complementa a fundista.

O ponto negativo, segundo a Corredora Zen, é o valor da inscrição, que fica mais caro por conta de tantos benefícios periféricos. “Mas se a mulher realmente vai usufruir, fazer a massagem, o tratamento capilar e o pilates, vira um programa em que a corrida é só mais um item”.

Isso não significa, necessariamente, que a prova não é rápida. “Tem gente que vai socar a bota, lógico, mas eu diria que a maioria está lá para correr tranquila, sem preocupação com tempo”, diz Natalia.

“Inclusive por ter menos gente buscando performance, quem quer melhorar seu resultado consegue desenvolver melhor a corrida”, acrescenta Luciana. “Mas a maioria é para brincadeira”, conclui.

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