sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pré Corrida Farmácia Bompreço!

Um final de semana mais tranquilo, é o que espero que seja este! Treinar neste sábado, sem alardes e nem trovões! Fui ontem fazer a inscrição para a Corrida da Farmácia Bompreço, 10kms me esperam!
Pelo que vi na Corrida do Fogo, resistência é a palavra chave! O bendito Cais Estelita está no percurso, aff, tenho que superar este pedacinho de terra seca. Fiquei com trauma desde a Maurício de Nassau, onde dos 10km corri os 8km finais com dor no joelho e debaixo de chuva! Não foi uma visão muito agradável, mas o dia é outro e a prova também, novos objetivos me acompanham!
Não será uma corrida melzinho na chupeta, mas que a alegria e o prazer sejam os ingredientes!

Gosto de uma boa guerra, mas amo um território de paz! Como diz o provérbio:"A palavra é de prata e o silêncio é de ouro!" Claro que isto é uma analogia ao saber falar e calar!
Nas corridas, comparo com a mente e o corpo, um manda e o outro obedece! A vizinhança também pode ser altamente incentivadora ou desgraçadamente infiel, palavras de incentivo e olhares de desprezo mesclam-se nas passadas mais difíceis!
O que se passa na cabeça de um corredor quando o bicho pega? Quando a energia acaba e a prova continua? Quando é ultrapassado? Quando não vê os postos de água e a sensação é de uma uva passa?
Cientistas americanos afirmam que quando 10% da população adere a uma ideia, a maioria vai atrás. Desde a propagação de comportamentos até ideais políticos. Êpa, mas isso não é novidade: Um dos pais da Sociologia, do final do século XIX e começo do XX, Durkheim*, já explicava esse fenômeno com o conceito de "efervescência coletiva", explicando que é mais fácil convencer um auditório do que uma única pessoa.
Mas, infelizmente, quando se fala em pesquisa o povo perde a noção e esquece que temos referências acadêmicas sobre o assunto e vão engolindo enlatados de pesquisas que nem sempre refletem a realidade.
E o que falar quando a ideia é correr? Será que já atingimos nossos 10%?
Ontem no Hiper Casa Forte fiquei uns minutos conversando com a moça que fazia a inscrição e em pequenos instantes constatamos que muita gente está interessada no que vai ganhar!!! Os prêmios, benditos prêmios, objetos, dinheiro, cupons, qualquer coisa que signifique "sair no lucro", ou seja o que é que eu ganho pagando R$ 30,00, R$ 40,00 ou R$ 50,00 Reais de inscrição pra correr que nem um doido estrada a fora? É bem verdade que este pensamento se enquadra na galera que nunca ou uma vez ou outra correu na vida. Gente que não consegue sobreviver a um quarteirão, quer saber quanto dim-dim vai ganhar... Tá de sacanagem, né! Ô mundo movido a dinheiro fácil...
Tem que suar a camisa meu camarada pra chegar lá no pódio, treinar, ralar como qualquer um de nós!
Quem quer grana fácil vai pra "política"!
Um corredor de verdade dá seu sangue por uma vitória e é ele quem dá os passos, não contrata nem compra ninguém!
Que venham os 10% de gente honesta, que trampa todo dia pelo prazer de se libertar em cada corrida! Sem conchavos, sem falsidades, sem robalheira! Chega de dar um jeitinho! Chega de dizer:"É só desta vez!" Chega de faz-de-conta-que-eu-corro e ganho o prêmio no final!
Você quer correr? Então venha, com suas pernas, seus sonhos, seus limites, sua alegria e divida conosco a sua vitória!



*Durkheim formou-se em Filosofia, porém sua obra inteira é dedicada à Sociologia. Seu principal trabalho é na reflexão e no reconhecimento da existência de uma "Consciência Coletiva". Ele parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste.

6 comentários:

  1. Simone,
    Quero ver Durkheim correndo 10km, isso sim! Aproveitando o tema, a corrida de rua é um fato social que prova um pouco da origem selvagem dos humanos?
    Sei lá, eu quero é correr!
    Valeu, excelente texto!
    Gilmar

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Obrigada, Gilmar!
    Só você pra me fazer imaginar o Durkheim correndo,kkk...
    Aquele povo só fazia observar... imagine um francês nascido em 1858,todo empacotado e correndo? Naquele tempo talvez os perfumes encobrissem bem o mal cheiro da época (água era e ainda é caríssima na França) os mais pobres tomavam banho na mesma bacia para economizar, agora imagine só quem ficava por último da família, fummmmmm, sei não viu!

    Sobre "origem selvagem", meu amigo quando vejo a largada de uma corrida pela tv, penso que é pra matar ou morrer! Acredito que tudo aquilo que é encarado como disputa, enseja em nós essa partezinha selvagem que carregamos por baixo do manto social de cordeiros,kkkk! É faca na caveira!!! (liga não, é que vi Tropa de Elite 2 (novamente)ontem, kkk!)
    Abraços!
    E vamos correr!

    ResponderExcluir
  5. Parabéns pela POSTAGEM Simone!
    Essa questão de valor é muito rica para averiguação e estudo.
    Muito bom!!!
    Abçs

    Anízio Lopes -
    http://corredorendorfinado.wordpress.com/

    ResponderExcluir
  6. Ô Anízio, obrigada!

    Valor moral, ético, financeiro...
    Quem ganha, quem perde, quem tá de gaiato, quem conchava, quem é cúmplice, quem é ingênuo, enfim, é muito pano pra manga!!!
    Acaba caindo tudo na sacola do comércio, da barganha...

    E nós que só queremos correr?

    Abraços

    ResponderExcluir